terça-feira, 30 de setembro de 2008

Cartas

‘Entardiar’ o dia para ver se chega logo ao fim. Foi este um dos dons que aperfeiçoei durante essa vidazinha tediosa. Nada como demolir o problema numa só tacada. Essa história de solucioná-los é para poucos, poucos e bons, e acredite, você não está entre eles.
Faça como eu fiz durante boa parte de uma vida, fugindo e despedaçando significados durante todo o percurso, negando a existência de um possível inconsciente, e por Deus, agora posso vê-lo tão nitidamente que por impulso avanço à tua mão e a aperto forte. Exato, quero te levar junto, quero que sinta um pouco dessa sensação fantástica, quero que sinta esse medo envolto por prazeres tão gloriosos. E acabo sendo chato, mas é que teimo em conduzi-lo para cá, para meu buraco. (risos)
Parece-lhes mágico? A mim me parece, aliás, soa até desnorteado. Por que receber cartas ao longo do percurso? Já que são tão valiosas, por que recebê-las tão tarde? Sinto-me incomodado ao fazer tais perguntas, ao tocar neste assunto tão sem fundo. Exato, se não estiver aqui dentro, sim, serão tão sem fundo.
Mas antes de terminar esta explicação, deixe-me citar um percurso. Somente um percurso solitário, que já havia tempos que não acontecia. E não se assuste, geralmente eles são bem críticos, ou ofensivos, seja lá por onde você olhar, veja também o lado positivo, permaneça fixado n’O Magnífico Tripé.
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— Vamos, ande. Lembre-se também de conversar, tem de mostrar interatividade, você é feliz e normal. Problemas? Esqueça-os! É hora de fingir e você o sabe. — Segue a vozinha esganiçada, lá no fundo. Afinal, é você? — Ah! Não, lá vem o passado. E droga, você o fitou!
Houve tão somente um sorriso sem graça e um flash back daqueles.
Segue andando, pensa, pensa, pensa. E tropeça no próprio pé. LOSER! Desde o início, e ainda foge. — Sinceramente, desisto, toma-os de volta, são tão necessários. É por isso que os chamam de humanos.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Uma pequena concretização


Embora postado aqui como a razão de tudo, não consigo deixar-me fixo num só pensamento, numa só conclusão. Sim, sou afetado por eles, mas enfim sinto-me migrando numa direção. Meus relatos não são mais como devaneios e começo a ver tudo com uma clareza esplendida. Até assusta-me ver como podem citar confusões em meio a toda essa progressão.
Eu o abandonei por tempo indeterminado, estou, agora, retirado à minha ciência infame. Descobrindo cada vez mais sobre e mandando-lhe sinais em meio minha ausência. Eu somente venho dando o ar de minha graça em meio às suas discussões, e acreditem, ele as adora.
Por breves segundos, eu quis; eu sinceramente lhes juro que quis ficar aqui e delatar as milhares de descobertas, mas como poderia eu, a razão, trair um de meus aliados.
Aliados, bobagem, apenas tenho minhas razões para não fazê-lo.
(O Escritor, segunda-feira – 11:03)


UMA ÚLTIMA CONFISSÃO
Deixo-lhes aqui as três cartas,
e uma breve explicação delas.

sábado, 27 de setembro de 2008

Céu vermelho aos vencedores

Assombroso ao geral. Em particular medido como um dom. Eu sou tão metafórico, não é mesmo? Isso geralmente me irrita, mas me irrita muito mais ser previsível. E acredite, sempre há os que desvendem com ousadia. E como se já não bastasse, ainda me seduzem ao denominar-me uma incógnita.
Eu apenas havia lhe pedido que elaborasse com certa sabedoria suas palavras. Eu meço demais, aliás, pensar é meu maior problema, ou a causa de minha existência. E você? Acredita que seja uma dádiva ou uma epidemia? Não pense, tente apenas me agradar.
Sabe, sou grande sedutor, grande crítico, mas não vou negar, sou, também, grande apreciador da vida, e das coisas nela existentes. Eu sou você. Sou eles. Os detrás e os que virão. Os que virão e os detrás. (risos) Desculpe, adoro mostrar loucura, confundir-los a essa altura do campeonato já se tornou uma diversão.
Fitemos as coisas com um pouco mais de objetividade então.
Venha comigo vou lhe contar um segredo, mas lembre-se, é um segredo. E segredos são secretos, é claro!

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Estava permutando de lado sem ser percebido. Houve algumas decepções, mas nada que fugisse à discrição de seus feitores. Batalhavam entre si, numa dessas vielas escuras, enquanto o céu era manchado por cores alaranjadas. Dá-se ao crepúsculo.
Eles sentiam tanto amor, tanta fúria, e eram consumidos por aquele momento. Um filete de sangue perfilou sobre o corpo de um deles, mas não cessaram. Próxima parada, o inferno. O sangue borrou os seus corpos ao misturar-se ao suor deles. Ofegando, grunhiam.
Prosseguiram com excitação. Mordem-se lábios, atiram-lhes pedras. Não cessam. Por ora acreditaram no momento, e é exatamente assim que se ganham as batalhas. Desvinculando-se dos arredores sangrentos que te impedem de seguir.
Uma luta de egos, é isso o que era.

Caiu a noite, e com ela, um dos guerreiros. O mais fraco deles, óbvio.
Os olhos do vencedor passearam sobre o corpo sem vida, e não pode esconder a ternura existente neles. Ele poderia ter tomado o lugar, mas nunca venceria como homem.
— Agora durma, amanhã te dou o lugar sem destilar meu prazer. Infelizmente essa natureza doentia provém de nós.
(A incógnita, sábado - 18:48)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Queria não querer !?






Algumas coisas têm de ser explodidas. Tem de ser explodidas pois devem ser explodidas, e não importa em que acarrete. Há dois caminhos, diferentes, e um deles há de ser melhor que o outro. Cabe a você decidir qual deles traçar. Sabe o que fazer. Apenas exploda algumas coisas.








Os dias passam. Tudo é tão vago. Eu gostaria de estar ao teu lado, mas é difícil migrar para um lugar desconhecido. Mais alguns dias e me fogem os pensamentos. Sinto-me outra vez, assim, desnivelado. Sem mundo.
Eu poderia parecer tão encantador para ti, mas seus sonhos foram todos destruídos. Claro! Não sou tão fácil assim de se levar, mas é que vejo em teus olhos vazios um turbilhão de sentimentos confusos. Soa contraditório? Talvez. Mas ao meu lado não haverá tanta razão. Comigo as situações se invertem e o coração lateja, sente, manda.
Foi comigo que você deu as mãos, comigo você beijou, abraçou. E agora me busca tanto. Sinto em lhe dizer que as coisas boas vêm aos poucos, e que para tudo há um preço. Um preço não tão caro, mas que lhe custará encontrá-lo devido a tanta teimosia.
Outra vez estava eu recostado e pude ouvir você raciocinar. Tão bobo. Eu rio e você chora, eu lhe envolvo e tudo corre bem naquele momento. Ah! Como eu te sinto. E dói tanto fazê-lo. Dilacera-me ver quanta gratidão um coração tão cansado poderia estar recebendo. Mas aqui flui ao contrário, deram-lhe o nome de mundo e se esqueceram de acrescentar ao dicionário o sinônimo confusão, vezes tormento, mas não quero lhe atribuir ingratidões, foi aqui que vivi parte de uma vida encantadora, extremamente fácil de ser sentida.
Você só não se deu conta de que é de cristal. Um dia vão lhe mostrar isso, e não vou me surpreender caso chore, chore tanto que lave a face de muita gente e lhes mostre que eu existo, e que me acompanha o amor, encadeia a felicidade, e por conseqüência traz a salvação.
Quando é que vai abraçar-me com dignidade ó jovem ancião? Corre por toda a relva como quem foge do caçador. E ainda ousa dizer que busca-me ser. Outro dia talvez. Agora você precisa dormir, amanhã digo a eles para alegrar-te um pouco mais. Eu te amo tanto que sou capaz de voltar, e ligar alguns pontos cordiais em ti. Só para sentir aquilo que muitos procuram; que muitos têm, mas não são capazes de dar. Talvez porque não devessem, mas sua impaciência não te deixa entender.
(O Apreciador, segunda-feira - 23:34)

sábado, 20 de setembro de 2008

Nada como nada

Nada pode ser imensidão. Nada pode ser tão somente nada.
Engraçado como medir parte do passado, vistas daqui de cima as coisas parecem um tanto diferentes. Antigamente minhas palavras baseavam-se em pedir o nada, em como sentir o nada, e agora eu estou nele, com ele, e abraçá-lo já não soa tão prazeroso. Eu queria odiar, mas não tenho a quem. Eu gostaria de amar, mas não nasci para tanto. Eu pedi paz, mas o fiz usando palavras erronias e, agora, estou recebendo-as.
Certa noite, recostei a cabeça sobre o travesseiro e o ar estava pesado à minha volta, não pela falta de oxigênio, mas pelo fato de eu ter falhado como homem. Por ter medido com caminhões o que se mede com punhos. Como fugi de engrandecer-me, e mesmo que, realmente, não estivesse preparado, ainda houve a culpa disso.
Eu fugi e continuo fugindo. Dentre páginas tantas é que escondo o focinho. E é odiando o que diz tanto de mim que noto, estão me enlouquecendo.
Se o buraco parece mais fundo ou não, já não faz a mínima diferença, ele quebra gráficos em questão de segundos. E mesmo levando toda essa intensidade em conta, sinto que não posso desabar, não como gostaria de fazê-lo, me falta muito para isso.
Sinto que guardo muito, sinto-me às vezes como um buraco negro, pois que dizem que certa hora explodirá, devido a tanta concentração.
Agora eu sonho... Com o que poderia ter sido diferente, não sei como.
Chama-se consentimento, e eu sou uma de suas vítimas.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

¿Buenos días a quién?

Foi depois de uns bons tapas na cara não merecidos (ou sabe-se lá o que andei aprontando em vidas passadas) que comecei com tais pensamentos. O alicerce da derrota, mas não o flerte inteiro. Faltaram-lhe explicações, concretas, do por que daquilo. Qual o motivo da exclusão e em virtude de quê?



A água gelada bateu sobre si como uma tortura, não hesitou, precisava daquilo. Precisava tanto daquilo quanto precisava das palavras certas, ou de uma mudança espiritual sem muitas explicações.
Retomou o velho hábito de consumir café. O fazia e o fez numa dessas manhãs cinzentas sem muito o que dizer, apenas acompanhavam a tristeza existente em tais olhos. Olhares os quais guardaram durante anos palavras tantas.
É possível dizer que ao vê-los não seriam perceptíveis os gritos de desespero? Provavelmente foi nascido ator ou um fascinante dramático para isso, daqueles capazes de transformar nada em textos atraentes e ilusórios. Agora esconde sua nobreza atrás duma dessas coisas chamadas máscaras. Presta-te muito, ele não mira nos olhos.
Volte a dormir, meu monstrinho! Amanhã terás um dia árduo e o quero são para admirar-te novamente.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O magnífico Tripé

Apresento-lhes o tripé. E como pressuposto é necessário as suas três partes para que este funcione corretamente. Não seguindo regras, e nem precisando, estes não medem nem são semelhantes. Apenas estão ligados por uma mesma base, chamada vida. Isto para desempenhar a única coisa que necessito, estabilidade.
É incrível o que vou escrever e completamente aproveitável por alguns. É tão claro que chega a assustar-me. São exatamente três aqueles que me dominam e que me constituem. Ou que eu vim criando com o passar do tempo para sobreviver, sabe-se lá porque não se fundiram, talvez sejam como água e óleo. Incompatíveis.
O chamado tripé tem tudo que necessitamos, pode ser visto de vários ângulos e causar diferentes tipos de comportamentos olhados de qualquer um deles. Há de se explicar o porquê de tantos amores e adversos a este.

... Apresento-lhes: O tripé.

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O Escritor






Dedilha sobre o teclado do computador O escritor. O culto de seus pensamentos gira em torno de nada menos que a ciência e lança sobre ti um olhar crítico aos seus movimentos. Dotado de mente sublime, frio, e incrivelmente perspicaz. Dá-lhe um pouco de motivação para acreditar. E lembre-se qualquer descuido é capaz de extraviar pontos. Dá-se a algum de seus dramalhões e entenda sua atividade social, ele é o primeiro peso da balança.
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O Apreciador



De um outro modo e de quando em quando, O apreciador toma o que é dele por direito. Há um toque notável de amor e familiaridade em suas palavras. Como aliada carrega a felicidade em seus braços, pronto para vagar com ela até ser dado o sinal de mudança. O único dentre com estabilidade suficiente para manter-se só. Mas não o faria. Não neste mundo cão. O mundo não o merece tanto quanto eu.

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A Incógnita





Por fim, O culpado. Aquele que dei o nome de Ceregato. Governado por sua insanidade tem o poder em mãos para determinar grandes façanhas. Nem um pouco compreendido, nem possivelmente compatível. Tem paixões, mas tem instintos. Considerado o peso sombrio, o que mais me encanta. Que me faz menos eu e mais você. Eu o odeio tanto quanto lhe necessito. E por isso torna-se minha maior incógnita.
É um ângulo errado de se ver, somente respeite seu caráter, use-o, não pense, apenas desista. Não o resista.

domingo, 14 de setembro de 2008

Logo déjà vu


Uma vez me disseram para esperar que tudo se endireitaria. Ora! Um soco na cara poderia muito bem ser minha resposta a estes. Como podem pedir paciência a um coração tão impaciente. O amor é algo tão assombroso que não posso guardar para mim. Assusta-nos muito mais viver com o medo ao nosso lado, mas eu o quero nos vãos de pensamentos insanos que guardo entre o meu inconsciente e a razão.
Lembra-te quando deitou à minha frente e fitou-me? É claro que não lembra. E não há de lembrar sabe-se lá até quando. Embora, jaz em minha mente como uma lembrança recente.
Naquela noite eram os teus olhos marejados que conduziam minhas vontades. A atração da noite era nada mais que o amor. Puro e desconcertante. Que misto maldito seria aquele? Eu não soube decifrar, e nem pretendo, apenas pude voar por uma noite, pude quebrar correntes, lançar-me nu ao mar sem me preocupar com o amanhã. Foi única. Será única.
Puxei-te pelas mãos para dançar. Sentia o frio rosar minha face enquanto o calor de teu corpo lavava minha alma. Foi por alguns segundos que meus dedos deslizaram sobre seus cabelos enquanto olhava-te com tanta admiração que tão somente o amor poderia descrever. Eu gostaria de passar dias ali deitado, deslizando sobre seu corpo, indo e vindo. Sem limites. Sem muito o que pensar, apenas fugindo de tudo isso aqui.

Tente fugir (Just I'm sorry)

É tão melancólico, mas nunca deixou de ser verdadeiro. Alguns fins de páginas, e as palavras que foram tão fortes invadiram minha cabeça a ponto de alagar meus olhos e colocar-me num mundo paralelo. Ao som de Coldplay foi que se intensificaram os pensamentos, as conclusões. Pude ver certos esforços que antigamente vinham como grande alegria, e que hoje me vêm como dores as quais me dilaceram ao tentar criar um objetivo, só para não desabar toda vez que me pergunto por que estar de pé. Maldito seja, e sempre será esse meu bloqueio.
Como pode dizer tanto sobre ti? Seriam todas essas histórias iguais? Eu imagino como foi para este, como será para aquele. Eu imagino como há de ser. Eu acredito que será diferente e não imaginam o quanto desejo estar enganado. Como anseio que ocorra como naquelas páginas. Como anseio por dois olhos prateados a me zelarem.
Como me dói fingir amores, como me incomoda esses pensamentos, como eu gostaria de torná-los reais. E sentir tal magia.

Um pouco de minhas lágrimas:

— Entretanto, veja o lado bom, amanhã o chocolate lhe será concedido, parece que só isso lhe faz feliz.
— Pare de mentir, sabe bem o que me faz feliz e isso não inclui apenas chocolate. Envolve tanto que apenas um abraço pode dizer tanto.
— Então abraça-me?
— Tenho medo de te perder.
— Bobagem, eu sempre estarei aqui.
— Eu sei.
— Então por que chora?
— Por não saber se eu estarei aqui contigo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Les parece sin intensidad

02h32min.
Houve uma carta, houve, e não se sabe por que, medo.
Dessa vez não estava lá quem trocava os lençóis banhados de suor. E mesmo que estivesse nunca existira um abraço nesses meados de tempo. Voltou a dormir, ainda havia segurança. São as ordens que o levaram a isso, ou as conseqüências que nunca tardam. Pediu que lhe dessem um bom motivo para fazê-lo e lhe foi concedido. Ainda havia segurança. Sempre encaminhando-se à redundância, leve-o a pensar novamente, está quase... Para qualquer um dos lados.
Surpreendam-se com aquele que mesmo que involuntariamente sempre teve histórias a serem narradas, desde o inicio de sua vida, há cerca de dois anos atrás.
Afinal, quem era o idiota? A fúria ou o desamparo?
A porta se deu a uma janela de aproximadamente vinte centímetros quadrados. Como num zoológico pode sentir-se uma criança de nove anos. Completamente fraca e ridicularizada. Era a atração, não o atraído. Dá-me um bom motivo para não dissolver-me agora. Este é você.
Houve demonstrações falhas de salvação, e abraçou a todas elas. Armadilhas. Deliciosas armadilhas.
Presenciou a cenas não calculadas em seus últimos trabalhos. Inclusive de cabeças não esperadas. Culpa de uma mente fria e metódica que finge possuir.
Minha mente está cansada. Minha mente de apenas 15 anos está cansada, e me parece assombroso ter de lhes pedir essas coisas.
Dessa vez não me importarei, quero sentir-me limpo de novo. Quero dormir como quem espera que o sonho comece após o ritual, e não como de costume. Esperar pelo que anseio há tempos.

Mergulhe nas palavras ó desamparado.
Antes que tua face beije o chão.

domingo, 7 de setembro de 2008

Abraça-me


4:22


Não há sono. Um ranger de dentes misturava-se à música e lançava a sensação de dor, de melancolia. Não há interesse algum, besteira achar que era importante. Em relação aos outros possui virtudes complexas, e não há resposta se é benéfico. Aprender é necessário, mas nem sempre haverá um manual para isso.
Pára de chorar, você se corta tanto por dentro com isso, e me aflige ver-te nessa situação. Às vezes me assunta a incógnita existente em ti, o que vêem nisso e como lidar, lidar. Leva ainda essa fragilidade sem medida. Tolo. Abraça-me.

1000 palavras

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Amargura em face, os olhos cintilavam como um lago, profundos e alagadiços. Ouvia-se o grito em seu interior, e este se misturara ao choro e ao desespero externos. Disse-lhe que mudaria com o tempo, e chorou mais um pouco. É tanta confusão, pobre garoto, levou anos para chegar ali e já duvida de qualquer longo caminho. Não foram ouvidas palavras algumas, o mundo girava quando houve movimentos, esgueirou-se e face a face pode ver outros olhos. Não foi tão ruim para uma primeira vez, e apesar dos soluços e lágrimas que o haviam desmascarado, pôde dizer um breve ‘muito obrigado’, seguido de um descanso num ombro tenso. O coração batia tão forte e a mão estava gelada. Que cena incrível! Não houve beijos nem hesitações, mas levou almas ao profundo êxtase do desconhecido. Era uma praça, estava molhada de chuva meio a um frio de rosar os mais deprimidos. As folhas delatavam o outono e a claridade a manhã. O choro não cessava e persuadiu outros ao mesmo. Eram dois, eram um só. Ali fora chegada a magia. Imagine-se enlouquecendo, agora abraça-me.

When you gave me cherries

Eu não precisei de explicações, eu nem precisei argumentar, não quis, não adiantaria nada. Agora, o vácuo e o próximo tombo, gentilmente abraçados com passividade. Deixo a razão varrer as estradas, junto a mim, sobre mim.
Ahh! O título. É tão encantador não é mesmo? Faz-me pensar numa imensidão de coisas, não fúteis, simples, que poderiam acontecer o tempo todo, mas que não acontecem, Deus sabe por que. Talvez por serem tão especiais para mim.
Por que ninguém se importa? Por que só olham de fora?
Porque eu não me abro, porque não valeria a pena, talvez.
É engraçado ouvir e sentir-se contente, e depois pensar no que quis o tempo todo, como me contentei, e como eu vou deixando se acomodarem as perspectivas.
Como me faltam palavras, como faltam dores, quanto eu guardo, quanto estou perturbado e tão pouco transparente. Eu não quero agir, não posso contra isso. Chegará o dia, não desisti disso, sempre há o dia.
Se pudesse pedir algo ao mundo não haveria muito que pensar, essas coisas são meticulosamente guardadas em mim.
Ahh! Eu chorarei tanto...



...Chorarei tanto quando
me der cerejas.

sábado, 6 de setembro de 2008

it's like future

É importante lembrar que nem sempre foi assim. Que já houve pessoas que se importassem, que havia o que me dissesse mais que essas paredes brancas.
Eu posso ver como num filme a cinética das luzes desses corredores em meus olhos, repassando aquilo que já foi e que, agora, apenas me rende breves sorrisos, ilusórios talvez.
É importante lembrar que já houve amores, que podia cantar com meus próprios pensamentos. Que o amor já me conteve.
O cansaço é triste, tão triste quanto o fim a que ele leva.
Abraça-me? Há quanto tempo não sinto isso? Destrói-me não me permitir, eu quero, mas é tarde. Não muito, mas não me sinto preparado. E agora? Critica-me, desde o simples até meu alto ego, essa estrada rege muitos caminhos e não há de demorar tanto. Pare de doer, é teu destino, procure abrigo em substitutos.

Que não fossem eles...

Vocês sabem? O que dizem os olhos? Que irá durar por muito mais tempo? Que sua ignorância mede ridiculamente. Que já houve felicidade. Sonhos.
Sei, por me conhecer, que preciso mudar, preciso fazer, conhecer e me comover.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Visión al azar





Dá-me tua mão? Ontem à noite sonhei contigo...



Sonhei em meio uma hora, confusão e problemas. Que ridículo pensar nisso. Se é companhia? Você já me fez pensar, é um bom começo. Me levou a escrever, já se torna vago. Não sei se encontro nesse ‘ti’ as explicações que me faltam, aquelas que não tenho a quem pedir.
Já me sinto inteiro só de pensar. Não importa se jogando, tenho forças para isso, mas sinto que ainda não as encontrei. Tem de ser espontâneo pra ti, para mim uma vitória merecida.

Dá-me tua mão? Ontem à noite sonhei contigo. E é muito esquisito sentir-se assim, do avesso. Não é desespero, apenas quero tornar real um pouco de pensamentos vazios.

's warrior

Tente não pensar, seja frio.
Imagina com que cara chegará hoje.
Com a mesma de sempre, não têm nada a ver com minha vida.
Pense em apenas uma resposta.
Porque eu quis.

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Girou em torno da impaciência, da incoerência. Tentou render breves risos, mas chorava, mesmo que as palavras não houvessem tocado tão fundo. Culpa da intensidade que te fragiliza, bastou imaginar para entrar em paranóia.
Não adianta, não valerão de nada as ameaças nem o aumento de voz. Eu penso. Não como homem, mas analiso e sei criticar. Tenho meus motivos e futilidades. Sei que ainda me falta controle, mas este vem com o tempo, e seria tolice me culpar. ‘Irresponsabilizei’ atitudes, mas faz parte do que quero dizer com agir assim.

Between death and chocolate

É chegada a hora de demonstrar um pouco de minha afeição pelas cores, o que elas significam para mim e o que essas simbologias têm a dizer.
Dentre todas, logo, me vêm quatro à cabeça, me cativaram no decorrer de minha vida e acreditem, elas podem dizer tudo o que há em mim. É claro, do modo delas.

→ Minhas Normalidades:
O preto:chegamos ao quadro negro, meu nada e o infinito. De onde provêm minha maiores façanhas. Onde tudo começa e termina. O defino fundamental.
branco: o que resta para o equilíbrio, não há bem sem o mal, o nada sem o tudo, muito menos o infinito sem as estrelas. São sinônimos de minhas lágrimas, ironias... Pensamentos.

→ Minhas intensidades:
marrom: Esta é a que mais me agrada; lembra-me o chocolate, um dos meus maiores pecados, totalmente benéfico. Aliado. Dá-me a sensação de profundo prazer e intensidade às coisas encantadoras.
p.s.: já sabe como agradar-me.
vermelho: do outro lado do extremo, ele. Por mais exótico que pareça, o sangue me encanta; acredito até que deveria ser visto com outros olhos. Sem temer, o vermelho soa como a dor, o aprendizado, seus medos, suas experiências. Nossas loucuras.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Inversão sem coerência (looking for reciprocity)

Tudo lembra aquele dia, tudo lembra o hoje. Dá-me forças para encarar seus olhos, e soa muito prazeroso fazer isso, tanto que quando mergulho neles poderia viver ali o resto de minha vida, apenas te sentindo. Os vários momentos que são guardados realmente têm valor, mas nada paga o hoje, nada paga o êxtase do estar junto, do respirar... Do sentir.
E é com as pequenas coisas em ti que me recompensa a vida, o sorriso que mais me intimida, o olhar que arranca de mim tudo o que diz querer, o toque que me arrepia e me leva a acreditar em nós dois.
Como pude não acreditar no que diziam. Eu não quero, eu faço, é melhor, porque por ti as coisas mudam e me basta um sorriso, ou vários deles. Incrível o poder que nem mesmo você pode enxergar, capaz de me levar aos extremos. Sempre haverá dúvidas, questionamentos, incertezas, mas nada me faz pensar, eu ajo para ti, por ti, e, acima de tudo, por mim.
...Esto tan sólo me hace bien.

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Quando você pára para pensar que está tudo errado, que as coisas nunca caíram do céu e não hão de cair. Quando você se vê no sofá afogando-se em chocolate e imagina que um dia baterá à sua porta aquela pessoa, e lhe dirá tudo o que quer ouvir, tudo o que você não pára de imaginar. Tudo que poderia ter dado certo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

DISTURBIA

I’m going crazy now.

Sua mente anda perturbada. Você está sorrindo ao fingir chorar. Sente prazer na loucura ao mesmo tempo que estampa a dor no rosto. E assim como as pessoas forjam amores, você forja a vida. Trazendo trevas à luz você vigia seus sentidos apurados. Você dança e modifica a música. Então, sinta-se à vontade para controlar essa doença.
Sua mudança freqüente de expressões às vezes me assusta. Pedi que parasse de me controlar. Como se pudesse jogar limpo. E se seus fluxos de pensamentos mudarem, que seja para juntar-me a ti. É sempre esse maldito êxtase que me arrasta para dentro de mim mesmo e me consome.


Were in the land of wonder and I feel like a monster.