terça-feira, 25 de novembro de 2008

Olhares...


Sinto-me tão distinto. Impreterivelmente capaz. Mas é uma mentira, sempre foi.
São os olhos ou a boca, o olhar e a fala, capazes de mudar uma vida. Principalmente quando influenciados pelas oscilações existentes num ser humano minúsculo de carne e osso.
Lançado à terra quantas vezes fora necessário, acudido por mãos largas todas em virtude do princípio, amado por corações magros assim como este desprezou.
De que me adiantou as promessas ou esse olhar desfeito? Ouvi dizer que os laços mais elaborados são os mais difíceis de serem desatados, e talvez eu esteja tentando dar esse nó sozinho, sem saber governar o meio.
Joga, agora, tua espada no solo e faça o que por genética deveria honrar. Um de seus olhos está calvo, afundado em pobreza, vacilando junto aos seus pensamentos. Quando secar tornará a me sorrir, mas se desta saberei, com que tristeza irei olhar?
O mundo despiu meus sonhos, da ingenuidade me fiz capacho. Toma tua espada, recolha-a. Eu desisto. Desisto, pois não sei lutar. Desisto porque meu céu é maior que o teu. Desisto porque sou grande demais para ser enxergado por ti. Desisto porque amo, e, se quem ama cede, essa é minha última jogada.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tudo 'propriamente' dito


Outra história é fazer mundo. Agir é fazer mundo e pobre daquele que acha que este é um só. Haja mecanismo para lidar com o seu próprio. Fraqueza talvez seja daqueles que dançam sobre luzes não peculiares, sem sonhos, sem anseios. E quando o digo, falo sobre cambiar os personagens de fundo, os figurantes, os vinculados, o tal protagonista. Ser nocauteado pela verdade, não sentir vergonha, sentir-se forte, apto a mudar seu mundo, a AGIR.
Eu não sei, logo, denomino-me um descobridor porco. A felicidade é tão vaga que paro de tornar sua existência uma meta de vida. Assim como a tristeza não me atinge o tempo todo, seria egoísmo de minha parte ansiar por sua total presença.
Mas sei, sou evolutivo, e isso é sempre tão sensacional. Eu anseio, eu vivo tristemente, eu sorrio, ainda que intimidado. Sempre há um recado, um mostrar de dentes desconfiados. Um dia, eu lhe digo, lhe mostro... Falo sério... um dia.
Outra vez, quando deitado, o amor resplandeceu em mim, meus cabelos estavam molhados e eu os afaguei, fora tão estranho ao pensar no que eu imaginava àquela hora. Foi, também, que me senti uma criança completamente frágil. Havia escolhas a serem feitas, havia escolhas e uma mente certamente perturbada. Fala-se assim, mas tudo se resolve e, logo, lá estou eu, cheio de forças. Onde estava a proteção, mesmo? Ah, sim! Foi ela a arteira, a maquinadora, e não sei bem ao certo o que dizer. ‘Obrigado’ torna-me bobalhão, mas é isso, é isso. Obrigado!