domingo, 18 de julho de 2010

FULL OF GLORIA

Os dedos suados e finos acariciavam minhas mãos e sua respiração ofegante ao meu ouvido fazia-me arrepiar. Minha boca corria pelo pescoço, sedento pelo conhecimento vago daquele momento. Procurei nos olhos o que a boca não conseguia dizer. As luzes variavam, em vermelho e azul via perdição, amor, banalidade... meus olhos se perderam, deram razão ao desejo infundado.

Eu poderia ter tornado especial, por muitos momentos. Mas era uma noite superficial. Eu não me encontrava à casa e falava mais alto o perdedor que caça. Noite, cigarro, álcool, música envolvente. Noite de perdedor. Nenhum chocolate ou convite para um café na manhã seguinte. Beijos infundados. Nenhuma notória simbologia ou entrega emocional. Nenhum beijo apaixonado no metro de São Paulo.

Então ele volta, sem muito que esconder ou julgar. Fora somente uma noite cheia de impulsos. No bolso, ele ainda leva o coração surrado e cheio de paixão, esperando que mereçam seu romantismo de um domingo à tarde.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

DEATH IS THE FUTURE

E triste assim. Não pelo fato da morte, ou por medo desta. É pela certeza do fim. Pois o que nos impulsiona a viver é justamente a incerteza deste. É jogar uma pilha de papéis fora, pois ele não é chegado, e poder escrever tudo novamente.

Eu vivo falando de passado, não vejo a hora de que se passe o presente, e o futuro... O futuro é a morte.

Simples, e triste assim.

Eu não quero perder toda a beleza de dançar despretensiosamente. Eu não quero deixar de acordar para ver o sol. Não quero calar minha boca ao dizer que amo, pois eu amo, mesmo sendo desventurado. E que se danem os outros se não vêem a beleza. Que se danem se meu cabelo e minhas roupas não condizem com o sociável. Que se dane você, pois eu quero ver beleza.

Meus olhos estão abertos à vida... e o futuro? Que se dane o futuro... a vida é maior que ele.