quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Escolhas

O guerreiro de alma intensa deixou cair a espada sobre o gelo grosso, mas não cessou em observar como tingia os arredores aquela pequena coisa vívida em meio a branquidão do dia gelado. Era vermelha como o sangue e bela como os lábios de uma donzela. Era de cor e personalidade genuínas, mas escondia sua fragilidade em meio a tanta beleza.
Ele ansiava em tocá-la, mas essa já o havia feito desde o primeiro instante. Ele pretendeu muitas coisas, mas se contentou em observar, cauteloso, a grandiosidade do momento. Com gratidão nos olhos, lavou a face reprimida pelas várias guerras adquiridas por sua mente. Ele curvou-se diante de tamanha e deslumbrante beleza.
Definitivamente mágica. Definitivamente perigosa - óbvio que perigosa -, como é capaz de fazer o amor. Como é capaz de fazer? Como é capaz de lidar com a sensualidade dos seres a nos cercar? Como ser o livre dos perigos? Diga-me como não ser um guerreiro...
Ele cansou de olhar, cansou de admirar e venerar o veneno. Exauriu-se em privilegiar o parasita infame de olhos claros e alma vermelha, de respiração ofegante e aura suave. Ele apenas tinha em mãos aquela espada, mas a rosa era delicada. Como não ser bruto com tal arma? Ele precisou ser... e mais nada justifica.

Um comentário:

Camila Magalhães disse...

Definitivamente, eu gostei.