sexta-feira, 29 de maio de 2009

Assim é chegado o inverno...

__ É difícil dialogar com uma pessoa com tantas concepções de queda. E é por isso que geralmente sou silencioso quanto à verdade. Todos meus dias são minuciosamente únicos, mas meu filme não ultrapassa aquela cama. Afora do amontoado de tecidos os vejo sorrir, te vejo vencer. Não sei se dói, mas algo sinto, e, mesmo que desde sempre nunca soube desvendar sentimentos, o que atravessa minhas veias não é desse mundo. E me divide entre duas pessoas... fazendo-me visar tão somente a essa dor infundada. Mas onde está essa outra que julgava-me ser...?
__ E paro, pois penso, e concluo que o mundo age de forma absurda, mas somos todos, assim, absurdos e somente o completo. E que se hoje escrevo, é para que leiam mais tarde e não se sintam só; assim como me sinto, quando imagino aquela cama em dias melhores, pois vários a têm. Se hoje escrevo é para que vejam quão absurdo é o mundo e que, como eu, não desistam. Não devem ceder a gravidade e implorar pela felicidade. Dizem que ela está entre nós, mas que nós a perdemos por visar outros tanto... Mas já não importa se a vemos ou não. Temos obrigação de viver e dar a ela uma chance; para que um dia possa nos encontrar e dizer todas essas palavras, as quais temos esperado tanto. E eu seguirei aqui... esperando. Pois sei que o dia que me tocar eu cairei, mas cairei de felicidade por ouvir as mais belas frases. Não que sejam, mas seu espírito vai me tocar, vou sentir-te com tanta intensidade que lágrimas serão inevitáveis para sentir-me vivo; para tocar; para gritar; para amar... e há quanto não o faço?
__ Hoje me sinto vazio, pois sei que me faltas... Sei que não dependo e que seguirei muitas outras manhãs sem você. Mas me faz falta. A única coisa que lhe peço é que minta até onde deve mentir. Pois como sou silencioso à verdade, esta me dói. E já não suporto ser um perfeito narrador de sentimentos. Não suportaria ouvir-te dizer sofrer minhas lágrimas por outra alma. Apenas minta até onde deve mentir, caso eu caia em minhas verdades.

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