Faça como eu fiz durante boa parte de uma vida, fugindo e despedaçando significados durante todo o percurso, negando a existência de um possível inconsciente, e por Deus, agora posso vê-lo tão nitidamente que por impulso avanço à tua mão e a aperto forte. Exato, quero te levar junto, quero que sinta um pouco dessa sensação fantástica, quero que sinta esse medo envolto por prazeres tão gloriosos. E acabo sendo chato, mas é que teimo em conduzi-lo para cá, para meu buraco. (risos)
Parece-lhes mágico? A mim me parece, aliás, soa até desnorteado. Por que receber cartas ao longo do percurso? Já que são tão valiosas, por que recebê-las tão tarde? Sinto-me incomodado ao fazer tais perguntas, ao tocar neste assunto tão sem fundo. Exato, se não estiver aqui dentro, sim, serão tão sem fundo.
Mas antes de terminar esta explicação, deixe-me citar um percurso. Somente um percurso solitário, que já havia tempos que não acontecia. E não se assuste, geralmente eles são bem críticos, ou ofensivos, seja lá por onde você olhar, veja também o lado positivo, permaneça fixado n’O Magnífico Tripé.
— Vamos, ande. Lembre-se também de conversar, tem de mostrar interatividade, você é feliz e normal. Problemas? Esqueça-os! É hora de fingir e você o sabe. — Segue a vozinha esganiçada, lá no fundo. Afinal, é você? — Ah! Não, lá vem o passado. E droga, você o fitou!
Houve tão somente um sorriso sem graça e um flash back daqueles.
Segue andando, pensa, pensa, pensa. E tropeça no próprio pé. LOSER! Desde o início, e ainda foge. — Sinceramente, desisto, toma-os de volta, são tão necessários. É por isso que os chamam de humanos.